terça-feira, 28 de outubro de 2014

Nasce primeiro bebê de útero transplantado

Mãe e filho passam bem, dizem médicos da Universidade de Gothenburg. Mulher de 36 anos recebeu órgão de amiga da família de 61 anos. Experiência aumenta esperança em casos de infertilidade feminina.



Uma sueca de 36 anos tornou-se a primeira mulher no mundo a dar à luz um bebê após um transplante de útero, informou neste sábado (04/10) a publicação médica britânica The Lancet. O feito é considerado um grande avanço na luta contra a infertilidade feminina.

O menino nasceu no mês passado, ao fim de 31 semanas de gravidez, de cesariana, depois de a mãe ter desenvolvido uma pré-eclâmpsia, condição em que a grávida desenvolve hipertensão. Ele pesava 1,7 kg e media 40 cm – medidas normais para um bebê nesse período da gestação.

A mãe recebeu alta hospitalar três dias após o parto. Já a criança foi para casa uma semana depois. Ambos se encontram em boas condições de saúde.

A mulher nasceu sem útero devido a um problema genético, mas seus ovários estavam intactos. O útero foi doado por uma amiga da família, de 61 anos. Um ano após o transplante, os médicos introduziram um embrião em fase inicial. Três semanas depois, o teste de gravidez deu positivo.

"Nosso sucesso baseia-se nos mais de dez anos de intensa pesquisa em animais e de prática cirúrgica da nossa equipe. E pode ter um impacto enorme porque abre a possibilidade de tratar muitas jovens que sofrem de infertilidade uterina em todo mundo", disse o professor Matts Brännström, da Universidade de Gothenburg, que coordenou a operação. "Além disso, demonstramos a viabilidade do transplante de útero de doadores vivos mesmo em estado de pós-menopausa", ressaltou.

Segundo Brännström, a mulher poderá até mesmo ter um segundo filho. Ela continua tomando medicação para evitar que seu organismo rejeite o órgão transplantado.

Nove mulheres passaram por transplante de útero na Universidade de Gothenburg após terem nascido sem o órgão ou tê-lo perdido por causa de câncer. Duas, porém, tiveram o novo útero retirado por problemas de infecção e hemorragia. As outras sete também realizaram fertilização in vitro.

A universidade disse ainda que dois transplantes semelhantes foram realizados na Arábia Saudita e na Turquia, mas nos dois casos não se chegou ao nascimento de um bebê.

Fonte: http://www.dw.de/

Nenhum comentário:

Postar um comentário