quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Aqui resumos de artigos publicados sonbre temas de relevância Bioiética:



ASPECTOS BIOÉTICOS DA MIGRAÇÃO E VULNERABILIDADE EM SAÚDE

 Marcia Regina Chizini Chemin

 Anna Silvia Penteado Setti da Rocha



Introdução: A migração tem apresentado desafios, especialmente para a saúde. O cuidado ao paciente na perspectiva de bem-estar, deve estar atento às vulnerabilidades. As demandas nos processos migratórios envolvem questões multiculturais de acolhimento e garantias de direitos, assim como também de exclusão e iniquidades, sendo importante a avaliação e o repensar ético e bioético para a manutenção da dignidade e direitos humanos. Objetivo: Propor reflexão sobre as vulnerabilidades geradas pela migração e o impacto na saúde individual e coletiva a partir do viés bioético. Metodologia: Revisão de literatura e análise crítica a partir da 
Bioética e da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Resultado: Por meio da literatura analisada, observa-se que o processo migratório, incluindo a migração forçada, potencializa as vulnerabilidades. No acesso à saúde, a principal barreira está na não compreensão do idioma, gerando não adesão ao tratamento proposto. A falta de informação, questões relacionadas ao trabalho e moradia também impactam na saúde, elevando riscos. O sentimento de não pertencimento é um dos pontos mais importantes para as vulnerabilidades em saúde mental. A reflexão bioética questiona as políticas públicas em saúde com o foco utilitarista, o princípio da proteção se aplica ao tema, pois além de vulneráveis por natureza, de vulnerabilizados pelas condições adversas próprias da situação em que se veem, os migrantes podem ser vulnerados pelos obstáculos criados pelas burocracias, pela indiferença às características sanitárioculturais, pelas dificuldades de comunicação que estão implicadas no cuidado. De outro lado, a hospitalidade pode ser vista como dever humanitário, baseado na responsabilidade por garantir a dignidade da vida. Receber migrantes é acolher seres humanos necessitados, cujas feridas físicas ou as de ordem subjetiva, psíquica e emocional interpelam à ação concreta, pois o cuidado tendo como base os direitos humanos, deve ser integral como diz um dos princípios que norteiam o Sistema Único de Saúde, promovendo a universalidade no acesso e a equidade. Conclusões: As barreiras morais estão diretamente associadas a 
saúde. A hospitalidade é responsabilidade que se traduz em acolhimento, é atitude constituída pela pura inter-humanidade, portanto 
oferecer cuidado em saúde integral supõe entender a complexidade do sujeito, aceitar sua bagagem cultural e procurar por meios 
de melhorar a comunicação e o acesso à saúde.


Palavras-chave: Migração. Vulnerabilidades. Bioética.

CHEMIN, M. . C.; ROCHA, A . S. P. S. Aspectos bioéticos da migração e vulnerab ilidade em sáude.In: Anais 4º Congresso de Saúde Pública/Coletiva, 18 a 20 de julho de 2018.Iluminando caminhos para o futuro da saúde. Curitiba: INESCO, 2018. p. 435. Dsiponível em: <http://congressosaudepublica.org.br/>
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A ESPIRITUALIDADE DOS CUIDADORES INFORMAIS DE PACIENTES EM CUIDADOS PALIATIVOS: UMA REFLEXÃO BIOÉTICA NA PERSPECTIVA DA ALTERIDADE¹


The spirituality of informal caregivers in palliative care: a bioethical reflexion in the perspective of alterity

                                                                                                Maria Leonor Gomes de Sá Vianna²
                                                                                                                                   Waldir Souza³



Resumo: A presente pesquisa tem como objetivo avaliar a espiritualidade de cuidadores informais de pacientes em cuidados paliativos por doença oncológica e realizar uma refl exão bioética sobre o princípio da alteridade. A metodologia utilizada foi pesquisa de campo e é classifi cada como exploratória e quantitativa. Foi realizada entrevista individual a 46 cuidadores informais de cuidados paliativos internados no período de abril a dezembro de 2014 em um hospital universitário da cidade de Curitiba/PR, com resposta a um questionário sociodemográfi co, uma escala de espiritualidade Underwood’s Daily Spiritual Experience Scale (DSES) e os Quadros de Espiritualidade Fica e Spirit. Em sua maioria, os cuidadores relatam experiências espirituais diárias e descrevem que as atitudes de atenção e dedicação da equipe estão diretamente relacionadas ao grau de satisfação com o cuidado. Compreendendo a espiritualidade como uma dimensão da vida, e que essa faz parte do processo de cuidar, o profi ssional da saúde poderá, com uma abordagem adequada e por meio do princípio da alteridade, diagnosticar, intervir e avaliar o cuidado espiritual, no sentido de promover o melhor conforto possível, respeitando as necessidades individuais do paciente e seus cuidadores enquanto ser humano.

Palavras-chave: Espiritualidade. Cuidados paliativos. Cuidador informal.


¹VIANNA, M. L. G.S.; SOUZA, W. A Espiritualidade dos Cuidadores Informais de Pacientes em Cuidados Paliativos:uma Reflexão Bioética na Perspectiva da Alteridade , Estudos Teológicos São Leopoldo v. 57 n. 2 p. 401-413 jul./dez. 2017Disponível em:
http://est.tempsite.ws/periodicos/index.php/estudos_teologicos/article/view/2727/pdf
²Mestre em Bioética pelo Programa de Pós-Graduação em Bioética da PUCPR, Curitiba/PR, Brasil. Contato: maria.vianna@pucpr.br
³Doutor em Teologia. Professor do Programa de Pós-Graduação em Bioética e do Programa de PósGraduação em Teologia da PUCPR, Curitiba/PR, Brasil. Contato: waldir.souza@pucpr.br


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DIRETIVAS ANTECIPADAS DE VONTADE E TESTAMENTO VITAL: UMA QUESTÃO SEMÂNTICA?¹

                                                                                                              Marcia Regina Chizini Chemin²
                                                                                                                                          Waldir Souza³



Resumo: Com o intuito de respeitar a autonomia da pessoa enferma, a fim de que sua terminalidade possa ocorrer de forma mais humana, digna e respeitosa, surge um meio com o qual contar. Recentemente o Conselho Federal de Medicina editou a Resolução 1995/2012 que dispõe sobre as diretivas antecipadas de vontade, notada preocupação com a qualidade de vida da pessoa enferma acometida de doença em fase terminal. Este artigo tem como objetivo aclarar a diferença ou não entre diretivas antecipadas de vontade e testamento vital, fazendo uma revisão histórica acerca do documento e ao mesmo tempo mostrando sua relevância.

Palavras-chave: Autonomia. Testamento vital. Diretivas antecipadas de vontade. Bioética. Teologia.


¹CHEMIN, M. R. C.; SOUZA, W. Diretivas antecipadas de vontade e testamento vital: uma questão semântica? Estudos Teológicos, São Leopoldo, v. 55, n. 2, p. 374-38,6 jul./dez. 2015.
Disponível em:
http://est.tempsite.ws/periodicos/index.php/estudos_teologicos/article/view/1512/2412.
²Mestre em Bioética pelo Programa de Pós-Graduação em Bioética da PUCPR, Curitiba/PR, Brasil. Contato: maychizini@yahoo.com.br
³Doutor em Teologia. Professor do Programa de Pós-Graduação em Bioética e do Programa de PósGraduação em Teologia da PUCPR, Curitiba/PR, Brasil. Contato: waldir.souza@pucpr.br

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CUIDADOS PALIATIVOS DOMICILIARES: NOVO ENFOQUE DE HUMANIZAÇÃO DO CUIDADO


Maria Aparecida Scottini¹
Carolina Barreto Bertinato²
Maria Inês Amaro Assunção de Melo³



Resumo
Introdução: Os Cuidados Paliativos são um cuidado humanizado, multidisciplinar, integral, dirigido à pessoa doente, visando melhorar a sua qualidade de vida, principalmente na etapa final desta. O atendimento domiciliar é uma proposta para esse cuidado ser individualizado, envolvendo a família no amparo afetivo dos pacientes e reduzindo o risco de internações hospitalares. Objetivo: O objetivo deste trabalho é discutir as particularidades dos cuidados paliativos domiciliares.Método:Realizou-se a leitura de artigos indexados  dos últimos dez anos com os descritores cuidados paliativos, serviços de assistência domiciliar e visita domiciliar.Resultados: O atendimento domiciliar demanda uma indicação médica, o desejo e a concordância do paciente e  sua família, condições sanitárias adequadas na casa, um familiar assumindo o papel de cuidador e uma equipe profissional multidisciplinar. Entre os benefícios desse  atendimento estão o paciente ficar no conforto de seu lar, ao lado de sua família, sem o isolamento presente no hospital, melhorando a qualidade de vida do enfermo e promovendo uma experimentação existencial que facilita o luto familiar. Ainda há muita polêmica em relação à ocorrência da morte no domicilio, fato que precisa de uma avaliação adequada da família para evitar complicações com o luto. Apesar das vantagens deste tipo de cuidado, há muitas necessidades familiares que não são atendidas como a falta de suporte de medicamentos, transporte, informações sobre o cuidado, comunicação insuficiente com a equipe de saúde e suporte financeiro, acompanhamento psicossocial e espiritual para o paciente e o familiar cuidador. Na contramão de crescentes custos com saúde, o atendimento domiciliar é uma forma de  redução de custos, uma vez que parte destes são repassados para a família. Considerações finais: Apesar da evidente otimização na humanização do cuidado no atendimento domiciliar é necessário introduzir algumas mudanças para melhorar a qualidade de assistência e a satisfação de pacientes e familiares nos cuidados paliativos domiciliares.

Palavras-chave: Cuidados Paliativos. Atendimento domiciliar.

Referências:
ACADEMIA Nacional de Cuidados Paliativos. ANCP. Manual de Cuidados Paliativos. 2.ed. Rio de Janeiro, 2012.
VENTURA, A. D.; BURNEY, S.; BROOKER, J.; FLETCHER, J.; RICCIARDELLI, L. Home-based palliative care: a systematic literature review of the self-reported unmet needs of patients and carers. Palliat Med, v. 28, n. 5, p. 391-402, 2014.
QUEIROZ, A. H. A. B.; PONTES, R. J. S.; SOUZA, A. M. A.; RODRIGUES, T. B. Percepção de familiares e profissionais de saúde sobre os cuidados no final da vida no âmbito da atenção primária à saúde. Ciênc. Saúde Coletiva, v. 18, n. 9, p. 2615-23, 2013.


SILVA, K. L.; SENA, R. R.; FEUERWERKER, L. C. M.;  SOUZA, C. G.; SILVA, P. M.; RODRIGUES, A. T. The right to health: challenges revealed by the home care provision in supplementary health services. Saúde soc.,v. 22, n. 3, p. 75-85, 2013.

¹Médica, Mestre em Bioética
²Médica, Mestre em Bioética
³Psicóloga, Mestre em Bioética

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 A ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: UMA PROPOSTA DE ABORDAGEM BIOÉTICA

L. R. O. Santos*
 N. R. Kugelmeier*
T. L. Machado*
J. K. B. Santos *
 A. C. S. Vieira*
Adami, E.R**
 

Resumo
Introdução: A atenção farmacêutica (AF) corresponde à relação direta com o paciente, fundamentada na orientação e acompanhamento da terapia medicamentosa em conjunto a interação com outros profissionais da saúde. Nesse sentido, a equidade, concordante com o princípio de justiça da bioética, é um dos princípios do SUS regentes à prática da AF, que implica em todos receberem atenção em saúde, segundo suas necessidades, o que permite a visualização das classes que mais necessitam da atenção farmacêutica. Entretanto, sua prática ainda é pouco representativa. Objetivo: Expor a importância da atenção farmacêutica e sua dispersão dentro da assistência farmacêutica no SUS, assim como a realidade de sua ocorrência no Brasil. Método: Trata-se de uma reflexão teórica realizada através de uma pesquisa bibliográfica na literatura. Resultados: O estudo mostrou que não é uma realidade consolidada na prática cotidiana de serviços no SUS e, o menor percentual de farmacêuticos que declararam realiza-la, se concentra na Região Sul do país que, simultaneamente, apresenta maiores chances para ocorrência de polifarmácia. Discussão: Farmacêuticos quando questionados sobre a ocorrência das atividades de origem clínica alegam que o excesso de atividades sob suas responsabilidades e a falta de um local segregado torna superficial a prestação dessa atividade e, na maioria das vezes, anula sua prática. Conclusão: A AF é imprescindível para o combate aos erros de medicação como um todo e, representativamente, para a diminuição da polifarmácia indevida e/ou exacerbada. Porém, a falta de financiamento para estrutura física e contratação de mais farmacêuticos impede a sua ascensão nacional no sistema de Saúde Pública.

* Centro Universitário Campos de Andrade, Curitiba, Brasil.
**Docente, E-mail: elianaradami@yahoo.com.br

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O CUIDADO NA TERMINALIDADE SOB A ÓTICA DE PELLEGRINO: ÊNFASE NAS DIRETIVAS ANTECIPADAS DE VONTADE*

Marcia Regina Chizini Chemin¹
Carla Corradi-Perini²

Resumo
A constante evolução das tecnologias médicas em prol do aumento da longevidade não resultou na melhoria da relação que se estabelece entre o enfermo e a equipe de cuidado. A possibilidade crescente da oferta de medidas terapêuticas fúteis para aqueles com doenças crônicas, que destituem o enfermo de sua capacidade de autodeterminação, pode causar danos ao estabelecimento da confiança na relação médico-enfermo. O artigo pretende refletir sobre a humanização do cuidado em saúde a partir do pensamento de Pellegrino, assim como trazer à tona a possibilidade de manifestar vontades antecipadas quanto à terapêutica proposta em final de vida. Como resultado, além de propor que as manifestações antecipadas de vontade sejam acolhidas como instrumentos válidos da expressão de autonomia, percebe-se que a filosofia de Pellegrino clama atenção para a necessidade de reaprender a exercitar as virtudes dentro das relações de cuidado, procurando entender o ser humano em toda sua complexidade. A excelência na prática do cuidado em saúde contempla a beneficência com o complemento da autonomia, onde o bem do paciente, ou ainda, o melhor interesse do paciente, está em primeiro lugar. Desta concepção nasce uma relação médico-enfermo baseada na confiança. O enfermo confia que o médico e demais profissionais que lhes dispensam cuidados estão exercendo desde a sua arte, desde o seu saber, para seu benefício, e que importam seus valores e suas crenças. Neste contexto, as Diretivas Antecipadas de Vontade podem contribuir, uma vez que demandam e estimulam um processo de tomada de decisão conjunta para aquele momento onde o enfermo já não tenha condição de expressar suas vontades. Além disso, é baseado na confiança de que o médico vai atuar com seu melhor fazer técnico que se estabelecem as diretivas.

Palavras-chave: Pellegrino. Virtudes. Cuidado em Saúde. Relação médico-enfermo. Diretivas Antecipadas de Vontade.


* CHEMIN, M. R. C.; CORRADI-PERINI, C. O cuidado na terminalidade sob a ótica de Pellegrino: ênfase nas diretivas antecipadas de vontade. Anais Congresso Ibero-Americano de Bioética. Curitiba: 2016. p. 239. 426p. ISBN: 978-85-7832-065-2.
¹Doutoranda em Teologia (ênfase em Bioética). Mestre em Bioética pelo PPGB- PUCPR. Especialista em Ética e Educação com ênfase em Teologia Moral (FACSUL). Graduada em Odontologia PUCPR. Membro do Grupo de Pesquisa Hans Jonas (PUCPR- CNPq). Membro do Grupo de Pesquisa Bioética, Humanização e Cuidados em Saúde (PUCPR-CNPq). E-mail: maychizini@yahoo.com.br
²Doutora em Ciências da Saúde (PUCPR). Mestre em Ciências Farmacêuticas (UFPR). Graduada em Nutrição. Professora Adjunta do Curso de Graduação em Nutrição e Professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Bioética da PUCPR. Responsável pela disciplina de Humanização do Cuidado e Humanização e Sociedade. Membro do Grupo de Pesquisa Bioética, Humanização e Cuidados em Saúde (PUCPR-CNPq) e do GEPECIN (Grupo de Estudos e Pesquisas em Ciências da Nutrição-PUCPR). E-mail: carla.corradi@pucpr.br
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PROFISSIONAIS DE SAÚDE, DIGNIDADE HUMANA E BIOÉTICA*

Marcelo Haponiuk Rocha¹
Marcia Regina Chizini Chemin²
Jussara Maria Leal de Meirelles³

Resumo
O trabalho - exercício de uma atividade laboral - situa-se, atualmente, no eixo central da vida humana, razão pela qual, pode ser visto como elemento realizador das aspirações positivas do indivíduo ou, em sentido negativo, assumir características iatrogênicas. Especificamente nas atividades dos profissionais de saúde, as alterações no entendimento do objeto de trabalho dos profissionais de saúde (doença, bem-estar) também modificaram o valor, concepção e tratamento social dispensado aos profissionais e, por consequência, nas cobranças. Se antes a finalidade era a cura da doença, passando pelo amparo/assistência, atualmente, além de tudo isso, busca-se a compreensão, por parte dos profissionais, a manutenção das relações que o eventual paciente mantém no seu grupo. Por outro lado, o exercício profissional que era equiparado ao sacerdócio, passou - sem se desapegar integralmente dessa concepção - a assumir caráter contratual com semelhanças a outras relações de trabalho, especificamente mais vinculado com as prestações de serviços e, com menos vigor, de consumo. Isso tudo, gerando consequências no ser humano trabalhador. A partir de uma revisão crítica qualitativa bibliográfica, sintetizaram-se estudos sobre o tema, desenvolvendo reflexões com a perspectiva bioética. Resultou que esforços vêm sendo empreendidos no sentido de equilibrar os efeitos do trabalho na dignidade humana – uma opção prudente – utilizando a Bioética como ponte capaz de atrair diversos ramos já desenvolvidos do conhecimento humano - que via de regra tratam de forma isolada situações que ultrapassam limites das áreas específicas – e alguns elementos interpretativos do Direito, da Sociologia, da Filosofia, da Antropologia, e da Teologia. À guisa de conclusão é admissível que norteados pela Bioética, seja possível compatibilizar as necessidades dos pacientes com o respeito ao profissional de saúde que também é detentor de dignidade.

Palavras-chave: Bioética. Dignidade humana. Profissionais de saúde.


*ROCHA, M. H.; CHEMIN, M. R. C.; MEIRELLES, J. M. L. Profissionais de saúde, dignidade humana e bioética. Anais Congresso Ibero-Americano de Bioética. Curitiba: 2016. p. 253. 426p. ISBN: 978-85-7832-065-2.
¹Mestre em Bioética pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Advogado. E-mail: marcelohaponiukrocha@hotmail.com
²Mestre em Bioética pelo Programa de Pós-Graduação em Bioética da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Especialização em Ética e Educação com ênfase em Teologia Moral (FACSUL). Graduação em Odontologia (PUCPR). Membro do grupo de Pesquisa Hans Jonas CNPq-PUCPR. Membro do Grupo de Pesquisa Bioética, Humanização e Cuidados em Saúde CNPq-PUCPR. E-mail: maychizini@yahoo.com.br
³Professora Titular de Direito Civil, integrante do Programa de Pós-Graduação em Direito Econômico Socioambiental e do Programa de Pós-Graduação em Bioética da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Graduada em Direito, Mestra e Doutora em Direito das Relações Sociais pela Universidade Federal do Paraná. Pós-Doutorado no Centro de Direito Biomédico da Universidade de Coimbra-Portugal. E-mail: jumeirelles29@gmail.com

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CONTROLE DE SINTOMAS EM CUIDADOS PALIATIVOS: RESPEITO
À VULNERABILIDADE E À DIGNIDADE HUMANA*

Eliana Rezende Adami¹
 Marcia Regina Chizini Chemin²
Larissa Cavalli de Oliveira³

Resumo:
(Re)humanizar as relações na área dos serviços de saúde envolve considerar os cuidados paliativos como o “melhor a oferecer” e não “o que resta a oferecer”. Cuidados que envolvem os enfermos em fase terminal de doença estão fundamentados em princípios éticos que norteiam as ações de modo a considerar a pessoa humana na sua integralidade. Os cuidados paliativos abrangem o cuidado integral, contemplando a inclusão da família e entorno a promoção da autonomia e da dignidade do enfermo, a atenção ao ambiente, e se baseia num trabalho multidisciplinar. São esses cuidados que vão dar conta de aliviar o sofrimento e a sensação de impotência pelos quais passam o enfermo e as pessoas de suas relações. Diante do exposto, este estudo busca refletir acerca das terapêuticas para promoção do alívio da dor e outros sintomas que causam sofrimento, que propõem medidas visando à melhoria da qualidade de vida e ações ativas e reabilitadoras respeitando a vulnerabilidade e a dignidade da pessoa. Resulta que a preocupação com a dor do enfermo é o aspecto norteador, pois além de ser motivo de aflição dele mesmo e de sua família, é fator desencadeador de estresse. A morte com promoção da dignidade pode ser definida como aquela sem dor e com sofrimento minimizado mediante os cuidados paliativos adequados, onde cabe equilibrar as necessidades do enfermo e a integridade médica. A dor é o sintoma que exerce grande impacto sobre a qualidade de vida do indivíduo, influenciando humor, mobilidade, sono, ingestão alimentar e atividades da vida diária. Podemos concluir que o processo de cuidar/cuidado é inerente à pessoa humana. Assim, é necessário cuidar e sermos cuidados durante o nosso ciclo vital, sendo que ao final desse ciclo, surge a necessidade de um cuidado peculiar, impregnado da valorização do ser. Isto é a essência do cuidado paliativo.

Palavras-chave: (Re)humanização. Cuidados Paliativos. Morte digna.



*ADAMI, E. R.; CHEMIN, M. R. C.; CAVALLI, L. O. controle de sintomas em cuidados paliativos: respeito à vulnerabilidade e à dignidade humana. Anais Congresso Ibero-Americano de Bioética. Curitiba: 2016. p. 216. 426p. ISBN: 978-85-7832-065-2.
¹Doutoranda em Farmacologia (UFPR). Mestre em Farmacologia (UFPR). Mestre em Bioética (PUC-PR). Programa de Pós-Graduação em Farmacologia, UFPR. Membro do Grupo de Pesquisa em Bioética, Humanização e Cuidados em Saúde CNPq-PUC/PR. elianaradami@yahoo.com.br
²Doutoranda em Teologia (PUCPR). Mestre em Bioética (PUCPR). Especialização em Ética e Educação com ênfase em Teologia Moral (FACSUL). Especialização em Bíblia (FAVI). Graduada em Odontologia (PUCPR). Membro do grupo de Pesquisa Hans Jonas CNPq-PUCPR. Membro do Grupo de Pesquisa Bioética, Humanização e Cuidados em Saúde CNPq-PUC/PR. maychizini@yahoo.com. br
³Graduanda da Escola de Medicina da PUCPR. larissacavalli@hotmail.com


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DIGNIDADE E FINITUDE*

Marcia Regina Chizini Chemin¹
Waldir Souza²


Resumo:
Ainda que a tecnologia tenha proporcionado inúmeras mudanças positivas à vida, também trouxe à tona questões delicadas que implicam ao homem pensar a própria morte. Ainda que inevitável e inexorável, a morte, passou a ser processo e pode sofrer intervenções que por sua vez podem prolongar inutilmente o sofrimento do paciente e de sua família. A nova realidade exige uma ressignificação das bases tradicionais e conclama a buscar nos valores espirituais uma luz. O objetivo é refletir sobre a dignidade e a autonomia do indivíduo, a possibilidade de manifestar antecipadamente vontade sobre os tratamentos em final de vida. O método utilizado foi a pesquisa bibliográfica com breve análise das Escrituras e dos ensinamentos do Magistério da Igreja Católica, e bibliografia com enfoque bioético. Pôde-se concluir que embora frente à morte não se tenha liberdade, pode-se respeitar a autonomia do paciente, a fim que a sua terminalidade possa ocorrer de forma mais humana, digna e respeitosa.



 *CHEMIN, M. R. C.; SOUZA, W. Dignidade e finitude. Revista de Cultura Teológica, São Paulo, a. XXV, n. 90, jul./dez. 2017. Disponível em: <https://revistas.pucsp.br/index.php/culturateo/article/view/rct.i90.32810/pdf>.
¹Doutoranda em Teologia (PUCPR). Mestrado em Bioética (PUCPR). Especialização em Ética e Educação com ênfase em Teologia Moral (FACSUL). Graduação em Odontologia (PUCPR). Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Bioética e Biotecnologia CNPq-PUCPR. Membro do Grupo de Pesquisa Hans Jonas CNPq-PUCPR. Membro do Grupo de Pesquisa Bioética, Humanização e Cuidados em Saúde CNPq-PUCPR. Bolsista CAPES. E-mail: maychizini@yahoo.com.br
²Doutor em Teologia. Professor do Programa de Pós-Graduação em Teologia e do Programa de Pós-Graduação em Bioética da PUCPR. Pesquisador-Líder do Grupo de Pesquisa Bioética, Humanização e Cuidados em Saúde CNPq-PUCPR. E-mail: waldir.souza@pucpr.br

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BIOÉTICA, BIOTECNOLOGIA E OS CUIDADOS EM SAÚDE NO FINAL DA VIDA*

Marcia Regina Chizini Chemin
Marcelo Haponiuk Rocha
Daniel Pepes Athanásio
Rita de Cássia Falleiro Salgado
 Anor Sganzerla
Waldir Souza
Resumo
Introdução: As relações entre a Bioética e a Biotecnologia se estendem também para a seara dos cuidados em saúde. A preocupação com a humanização do cuidado em saúde nasce por conta da crença equivocada de que a tecnologia a serviço da saúde é neutra, quando não, que é sempre para o bem. Essa visão se coaduna às intenções de fazer o que puder ser feito para dominar o processo vital em negação da morte. Objetivo: Refletir sobre o poder da técnica e a sua capacidade de sedução sobre o humano que remete à liberdade e à responsabilidade nos cuidados em final de vida. Metodologia: Apreciação crítica a partir das obras e pensamento de Hans Jonas. Discussão: O avanço da tecnociência dominada pelo homo faber apresenta-se na atualidade como redentora e a única esperança para a humanidade. Essa arrogância e prepotência humana na utilização da tecnociência, promove um desrespeito à dignidade e a autonomia do paciente, na medida em que, por buscar a própria autossuperação como um fim em si mesma, a tecnociência de base niilista, não reconhece e nem admite que o paciente diante da morte nem sempre precisa de mais recursos tecnológicos. Trata-se de uma compreensão limitada e equivocada do homem, que é reduzido à matéria viva, ignorando todas as dimensões de sua existência. Por não reconhecer dignidade na morte, e apenas entendê-la como consequência de erro técnico ou uma falha humana, desrespeita-se a vontade do indivíduo e sua autonomia para depositar todas as esperanças na capacidade tecnocientífica, ainda que esteja em fase terminal de doença. Necessita-se, desse modo, com urgência repensar a ideia de morte presente no ideal utópico da tecnociência. É preciso superar a visão dualista da tecnociência em relação à morte, pois a mesma, não pode mais ser compreendida como um fracasso humano, mas sim como parte da vida, e desse modo, assim como temos o direito de viver, temos que assegurar e respeitar o direito de morrer. Considerações finais: Considera-se que os fundamentos da ética da responsabilidade (Hans Jonas) podem servir de parâmetro para orientar a relação humana com a tecnociência de modo a avaliar quando é preciso potencializar ainda mais a tecnociência e quando é fundamental recuar e saber respeitar os limites da vida, garantindo a dignidade na morte. Para tanto a prudência se torna uma virtude indispensável, pois nem tudo o que é possível realizar tecnicamente é também desejável no universo ético.



*CHEMIN, M. R. C.; ROCHA, M. H..; ATHANÁSIO, D. P.; SALGADO, R. C. F.; SGANZERLA, A.; SOUZA, W. Bioética, biotecnologia e os cuidados em saúde no final da vida In: CASTILHO, C. H. M. et al. Anais do XII Congresso Brasileiro de Bioética e IV Congresso brasileiro de Bioética clínica: liberdades e responsabilidades. 26 a 29 de setembro de 2017. Recife: Sociedade Brasileira de Bioética, 2017. p. 284. 698p. Disponível em: < http://www.sbbioetica.org.br/uploads/repositorio/2017_11_29/Anais-com-ISBN-e-FICHA-CATALOGRAFICA-do-Congresso.pdf>.
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                        BIOÉTICA, CUIDADOS EM SAÚDE E A ESPIRITUALIDADE*

 Marcia Regina Chizini Chemin
Maria Inês Amaro Assunção de Melo
Mary Rute Gomes Esperandio
Waldir Souza

Resumo
Introdução: Pensar em humanização dos cuidados em saúde e desconsiderar a integralidade de cada pessoa implicada na relação profissional-paciente é contraditório. Pesquisas científicas na interface Bioética, Medicina e Espiritualidade revelam a importância dos aspectos relativos a espiritualidade durante o tratamento de pacientes gravemente enfermos. As estratégias para superação e significação do sofrimento são variadas, e podem ser guiadas para um melhor resultado. No entanto, não é ético negar ao enfermo o cuidado com sua espiritualidade/ religiosidade, cabe aos que prestam o cuidado estar atentos e preparados para acessar, acolher a religiosidade manifestada, verificando os recursos e as necessidades para o bem do paciente. Tampouco deve-se negligenciar a forma como os profissionais lidam com sua interioridade. Objetivo: Refletir sobre esta temática a ser explorada pela Bioética em favor da promoção da dignidade da pessoa. Metodologia: Investigou-se artigos publicados em periódicos nacionais, de maio de 2010 a maio de 2017, nas bases SciELO, BVS e LILACS a partir dos descritores: bioética; espiritualidade; cuidados em saúde. Discussão: A busca resultou em 5 artigos, dos quais 3 abordam vivências em cuidados paliativos, na prática pediátrica, na temática do suicídio assistido/eutanásia, e junto aos profissionais, pacientes e familiares, relacionando a questão do sentido da vida e o sofrimento. Um outro traz os doentes renais crônicos e o apoio que encontram na religiosidade, e um último analisa o ressurgimento da religiosidade na contemporaneidade e sua relação com os cuidados em saúde. Após análise crítica, observou-se dificuldade de entendimento na conceituação de espiritualidade, entendida como sinônimo de religião em alguns trechos, ao mesmo tempo a interação da dimensão da espiritualidade como fazendo parte do cuidado em saúde é reconhecida. Considerações finais: A pessoa enferma, consequentemente, mais vulnerável, pode ser coadjuvante em seu tratamento quanto mais lhe for permitido participar autonomamente, incluindo-se suas estratégias de significação do sofrimento. Portanto, convém levar conhecimento sobre o tema às equipes de cuidados paliativos, para garantir respeito ao paciente, e validar eticamente essa a relação.



*CHEMIN, M. R. C.; MELO, M. I. A. A. de; ESPERANDIO, M. R. G.; SOUZA, W. Bioética, cuidados em saúde e a espiritualidade.  In: CASTILHO, C. H. M. et al. Anais do XII Congresso Brasileiro de Bioética e IV Congresso brasileiro de Bioética clínica: liberdades e responsabilidades. 26 a 29 de setembro de 2017. Recife: Sociedade Brasileira de Bioética, 2017. p. 360. 698p. Disponível em: < http://www.sbbioetica.org.br/uploads/repositorio/2017_11_29/Anais-com-ISBN-e-FICHA-CATALOGRAFICA-do-Congresso.pdf>.
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 VULNERABILIDADE E CUIDADOS EM SAÚDE*

Ana Rosa Borges de Souza
Elisangela de Oliveira Cardozo
Evelin Gomes Esperandio
Marcia Regina Chizini Chemin
Claudia Nasser
Michele Ribeiro Vieira de Mello
Resumo
Introdução: No contexto da saúde, a sociedade brasileira sofre diariamente com a escassez de recursos. Embora sejam direitos garantidos constitucionalmente, o direito à vida digna e à saúde, grande parte da população tem sido excluída do sistema de saúde, tornando-se mais vulnerável. Neste sentido, considera-se que estes que requerem a proteção dos seus direitos, mais que vulneráveis, estão vulnerados, uma vez que estão em uma condição a qual pode ser revertida. A Bioética de proteção se preocupa em refletir, dialogar e solucionar os conflitos de interesses entre aqueles que possuem acesso aos direitos e os que não possuem. Objetivo: Refletir sobre o tema da vulnerabilidade relacionado aos cuidados em saúde com vistas a promoção da dignidade da pessoa. Metodologia: Apreciação do pensamento da Bioética de Proteção a partir de Hossne e Schramm. Discussão: Os bioeticistas Schramm e Hossne acreditam que a vulnerabilidade deva ser considerada um referencial para a reflexão bioética e pontuam que autonomia, dignidade, integridade, equidade e vulnerabilidade foram elencados como princípios éticos em conexão para a proteção das pessoas diante do progresso das intervenções da tecnologia médica sobre a vida. Duas ideias básicas estão relacionadas à vulnerabilidade: uma quanto à natureza humana que é finita; a outra, quanto ao cuidado com os que estão vulneráveis, pois necessitam de cuidados. A vulnerabilidade diz respeito a ameaça sobre a dignidade, a autonomia e a integridade dos seres. Nesse sentido o intuito de pensar a situação onde há um ser vulnerável é para que lhe seja permitido realizar seu potencial, remetendo à solidariedade e à não discriminação. Dentro da assistência à saúde, tem-se usado a Escala de Coelho-Savassi como um índice de vulnerabilidade, auxiliando as Equipes de Saúde da Família na identificação das famílias mais vulneráveis do território, entendendo assim a vulnerabilidade como um conceito social e coletivo e não apenas individual quanto ao fato de estar ou não doente. Considerações finais: A vulnerabilidade em relação à saúde é passível de mudança. É preciso compreender a dimensão individual quanto a estar vulnerável num momento em que se busca a assistência à saúde e a dimensão coletiva, em que existem famílias mais vulneráveis socialmente. Quanto à dimensão individual, é necessário recorrer aos princípios da humanização em saúde na relação médico-paciente. Quanto às causas de origem socioeconômicas não é difícil concluir que a justiça distributiva em termos de equidade seria um parâmetro norteador.


*SOUZA, A.; CARDOZO, E. O.; ESPERANDIO, E. G.; CHEMIN, M. R. C.; NASSER, C.; MELLO, M. R. V. de. Vulnerabilidade e cuidados em saúde In: CASTILHO, C. H. M. et al. Anais do XII Congresso Brasileiro de Bioética e IV Congresso brasileiro de Bioética clínica: liberdades e responsabilidades. 26 a 29 de setembro de 2017. Recife: Sociedade Brasileira de Bioética, 2017. p. 48. 698p. Disponível em: < http://www.sbbioetica.org.br/uploads/repositorio/2017_11_29/Anais-com-ISBN-e-FICHA-CATALOGRAFICA-do-Congresso.pdf>.

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PSICOLOGIA E BIOÉTICA – A PRÁTICA CLÍNICA À LUZ DA AUTONOMIA*

Rita de Cassia Falleiro Salgado
 Claudia Nasser
Marcia Regina Chizini Chemin
Resumo
Introdução: a interseção entre a Psicologia e a Bioética, duas áreas de conhecimento debruçadas aos dilemas contemporâneos e à promoção de saúde, encontram espaço para reflexão diante de dilemas éticos e morais enfrentados pelo ser humano em seu desenvolvimento psicossocial. Diante da escassez de publicações que conectem as Ciências da Psicologia e da Bioética, é que se justifica a iniciativa para elaboração desta singular ponte entre tais temáticas. Este artigo trata de temas apresentados no livro: Psicologia e Bioética – abordagens e encontros, ainda no prelo, que será lançado neste Congresso. Objetivo: discutir as correlações entre conceitos da Deontologia clássica e acerca da autonomia, considerando o contexto da Bioética e Psicologia na prática clínica. Metodologia: o texto apresenta revisão conceitual e descritiva, a partir da prática clínica de profissionais que atuam em psicoterapia, seja em ambiente privado ou institucional. Discussão: neste artigo se reflete sobre a proposta do livro, enquanto pensar no sujeito vulnerável, diante do adoecimento, da sua saúde mental, do cuidado de si, da sua condição de autônomo, nas diferentes fases da vida, em diferentes contextos e também na morte e no processo de morrer. Das experiências pessoais de cada autor, profissional da Psicologia, em suas respectivas áreas de atuação, buscou-se uma reflexão de uma ética prática, uma leitura Bioética. O eixo comum diz respeito à interação entre profissionais psicoterapeutas em três momentos distintos: os vínculos terapêuticos numa relação dual, passando instituição familiar, tanto quanto pelo ambiente hospitalar. Finaliza-se com questões pertinentes e desafiadoras à reflexão bioética, voltadas à saúde do ser e ao cuidado de si, um olhar que busca preservar a vida com sustentabilidade em seus aspectos de saúde integrativa. O conjunto da obra, aqui discutida, voltou-se a congregar profissionais dispostos a relatarem suas práticas e reflexões considerando os quatro princípios do campo bioético. Considerações finais: Considera-se que o tema é inesgotável, o que nos remete ao compromisso da contínua reflexão sobre a prática clínica, e a questão de promover o desenvolvimento de saberes na interface da Psicologia e Bioética. O conjunto da obra voltou-se a congregar profissionais dispostos a relatarem suas práticas e reflexões considerando os quatro princípios do campo bioético.



*SALGADO, R. C. F.; NASSER, C.; CHEMIN, M. R. C. Psicologia e bioética – a prática clínica à luz da autonomia. In: CASTILHO, C. H. M. et al. Anais do XII Congresso Brasileiro de Bioética e IV Congresso brasileiro de Bioética clínica: liberdades e responsabilidades. 26 a 29 de setembro de 2017. Recife: Sociedade Brasileira de Bioética, 2017. p. 388. 698p. Disponível em: < http://www.sbbioetica.org.br/uploads/repositorio/2017_11_29/Anais-com-ISBN-e-FICHA-CATALOGRAFICA-do-Congresso.pdf>.


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              O CRESCENTE USO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS POR
MULHERES: REFLEXÃO BIOÉTICA*

Michele Ribeiro Vieira de Mello
Marcia Regina Chizini Chemin
Waldir Souza
Resumo
Introdução: O uso nocivo de drogas representa um dos maiores problemas de saúde pública e expressa um momento de sofrimento. Os dados referentes ao uso de drogas indicam que entre as mulheres esse número vem crescendo significativamente. Atualmente a cada cinco pessoas que usam crack, uma é mulher. Em relação ao uso de álcool, as mulheres consomem menos quantidade se comparado aos homens, entretanto, tendem a desenvolver o abuso e a dependência mais rápido. Algumas diferenças nos padrões de uso são verificadas: a questão de gênero, o motivo pelo qual se deu o uso, as diferenças metabólicas, as comorbidades psiquiátricas e físicas, os fatores genéticos, ambientais, psicológicos, socioeconômicos e culturais. Objetivo: Pesquisar sobre o crescente uso de álcool e outras drogas entre as mulheres e estabelecer uma reflexão bioética. Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica, a partir de autores que baseiam sua reflexão na bioética de proteção. Discussão: Observa-se que as mulheres estão mais vulneráveis aos efeitos do álcool e outras drogas se comparado aos homens, apresentam maior tendência à depressão, se culpam pelo uso abusivo e consequentemente passam a ter mais conflitos familiares em decorrência do transtorno de uso de substâncias. O olhar da bioética de proteção permite analisar a questão da vulnerabilidade das mulheres usuárias de álcool e outras drogas, possibilitando uma maior compreensão do contexto em que tais mulheres se encontram. A reflexão sobre a problemática em questão, de acordo com o pensamento de Schramm, considera que as mulheres usuárias de álcool e outras drogas são vulneradas, pois não possuem empoderamento para enfrentar os acontecimentos vivenciados, deixando-se controlar pelas drogas utilizadas. Considerações finais: Esta temática é pouco discutida e as fontes relacionadas são escassas, sendo difícil encontrar dados e estudos sobre mulheres. A sociedade muitas vezes não reconhece a usuária de droga como uma cidadã que deve ter os seus direitos garantidos e respeitados. Considera-se que se não houver uma mudança frente a esta realidade, a sociedade estará contribuindo para que tais mulheres sejam cada vez mais discriminadas e estigmatizadas. As mulheres usuárias de álcool e outras drogas necessitam de proteção especial e diferenciada, precisam ser analisadas em toda a sua totalidade e devem ser tratadas de forma desigual, numa tentativa de estabelecer a equidade no cuidado, ou seja, tratar desigualmente os desiguais. A Bioética de Proteção propicia essa análise, porque irá olhar essas mulheres em seu contexto histórico, com o intuito de identificar os vulnerados.


*MELLO, M. R. V. de; CHEMIN, M. R. C.; SOUZA, W. O crescente uso de álcool e outras drogas por mulheres: reflexão bioética. In: CASTILHO, C. H. M. et al. Anais do XII Congresso Brasileiro de Bioética e IV Congresso brasileiro de Bioética clínica: liberdades e responsabilidades. 26 a 29 de setembro de 2017. Recife: Sociedade Brasileira de Bioética, 2017. p. 13. 698p. Disponível em: < http://www.sbbioetica.org.br/uploads/repositorio/2017_11_29/Anais-com-ISBN-e-FICHA-CATALOGRAFICA-do-Congresso.pdf>.
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                                       O RESPEITO À AUTONOMIA DO PACIENTE*

Elisangela de Oliveira Cardozo
Ana Rosa Borges de Souza
 Cassiane Caroline de Oliveira Cardozo
Márcia Correa
Simone Schelbauer Moreira Paes
Marcia Regina Chizini Chemin
Resumo
Introdução: O desenvolvimento das tecnologias nos últimos 50 anos trouxe como consequência maior ingerência sobre a vida. A morte de instante passou a ser um processo, muitas vezes longo e penoso por conta de certa obstinação em utilizar terapêuticas inúteis e desproporcionais. A possibilidade da manutenção da vida a qualquer custo traz a necessidade de discussão ética sobre a autonomia do paciente na relação médico-paciente. Objetivo: Refletir acerca da validação das Diretivas Antecipadas de Vontade como um instrumento que visa garantir a autonomia dos pacientes, com relação aos procedimentos médicos aos quais querem ou não se submeter. Metodologia: Trata-se da análise da decisão do processo n. 70065995078 (CNJ: 0284885-31.2015.8.21.7000) da Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, que avaliou um pedido liminar de uma instituição de saúde que buscava autorização judicial para a realização de uma cirurgia (laparotomia exploratória) em um paciente que se opunha terminantemente a realização do procedimento. Discussão: A decisão favorável à demanda do paciente baseou-se na Lei n. 8.80/1990, que determina que ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica e na Constituição Federal de 1988 que em seu Inciso III do Art. 1° garante a dignidade da pessoa humana através do direito à liberdade e à autonomia. A decisão também foi fundamentada nas resoluções do Conselho Federal de Medicina, de n. 1995/2012 e n.1931/2009, onde a primeira autoriza o médico acatar a manifestação de vontade antecipada do paciente, para quando já não puder se expressar, sobre cuidados e tratamentos que quer ou não receber, e a segunda que preconiza a obrigatoriedade do médico em garantir ao paciente o exercício do direito de decidir livremente sobre sua pessoa ou seu bem-estar. Embora as resoluções não possuam valor legal, as decisões de fundo deontológico de fato parecem ter alcançado um lugar de destaque nas discussões revelando a relevância e pertinência do tema. Considerações finais: Apesar das considerações positivas com relação às preocupações do profissional de saúde e da instituição no sentido do cumprimento do juramento de zelar pela vida, a decisão final foi pautada no respeito à autonomia da pessoa. Evidenciou-se que os magistrados, considerando as Resoluções, reafirmam o limite de atuação profissional que termina onde começa a disposição dos pacientes em decidir sobre o próprio corpo e a própria vida.


* CARDOZO, E. O.; SOUZA, A.; CARDOZO, C. C. O.; CORREA, M.; PAES, S. S. M.; CHEMIN, M. R. C. O respeito à autonomia do paciente. In: CASTILHO, C. H. M. et al. Anais do XII Congresso Brasileiro de Bioética e IV Congresso brasileiro de Bioética clínica: liberdades e responsabilidades. 26 a 29 de setembro de 2017. Recife: Sociedade Brasileira de Bioética, 2017. p. 200. 698p. Disponível em: < http://www.sbbioetica.org.br/uploads/repositorio/2017_11_29/Anais-com-ISBN-e-FICHA-CATALOGRAFICA-do-Congresso.pdf>.
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             MEDICINA PREDITIVA: A VULNERABILIDADE DA DIGNIDADE         
              HUMANA DIANTE DAS INFORMAÇÕES DOS DADOS GENÉTICOS*

Marcia Regina Chizini Chemin
Marcos Pereira Rodrigues
ClaudiaNasser
Anor Sganzerla
Daiane Priscila Simão-Silva
Resumo
Introdução: Com o advento da bioengenharia, a contemporaneidade tem presenciado descobertas que deslumbram a sociedade, gerando, assim, grandes expectativas, temores e esperanças. Neste contexto, destaca-se a questão da informação dos dados genéticos humanos. Estas informações podem propiciar benefícios para o ser humano, no entanto, se houver o acesso e o uso indevido dos testes genéticos, estes também podem violar os direitos fundamentais da pessoa. Objetivo: O estudo teve por objetivo avaliar como a Medicina Preditiva, por meio da informação dos dados genéticos, impactam na dignidade humana. Dentro da complexidade das questões bioéticas que o tema suscita foram priorizados os temas relacionados à possível discriminação, estigmatização e exclusão social, devido a vulnerabilidade diante das informações dos dados genéticos. Metodologia: Esse trabalho de pesquisa realizou-se por meio de revisão bibliográfica, e para isso se fundamentou no método dedutivo, a partir de uma perspectiva crítica, tendo como referências as Declarações da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, Declaração Universal do Genoma Humano e dos Direitos Humanos (1997), Declaração Internacional sobre os Dados Genéticos Humanos (2004) e Declaração Internacional sobre Bioética e Direitos Humanos (2005). Resultados: Na Medicina Preditiva fazem-se predições em relação a possibilidades do desenvolvimento de enfermidades, de base genética, que um indivíduo possa vir a desenvolver. Sendo assim, há nesse contexto possibilidades de utilização das informações sobre os dados genéticos para finalidades indevidas, como a discriminação, estigmatização e exclusão social. Salienta-se ainda que as informações dos dados genéticos humanos têm características específicas, e tendo em vista aqueles casos em que a autonomia entra em conflito com a justiça, também podem implicar em detrimento de alguns direitos individuais fundamentais. Discussão: Por isso se propõe o diálogo plural defendido pela Bioética, que pretende incluir todos os atores nesse processo, tais como, os profissionais de saúde, empresários, juristas, bioeticistas entre outros. Trata-se de promover o debate de modo a se buscar um caminho, que não impeça o desenvolvimento e os benefícios relacionados às informações genéticas, mas também que não impacte negativamente na dignidade dos envolvidos. Considerações finais: Portanto, torna-se urgente uma normatização de âmbito internacional, assim como uma fundamentação ética, sobre a finalidade do acesso e de uso da informação genética, para garantir que o ser humano, precisamente por causa de sua vulnerabilidade, seja respeitado e protegido em sua dignidade.


*CHEMIN, M. R. C.; RODRIGUES, M. P.; NASSER, C.; SGANZERLA, A.; SIMÃO-SILVA, D. P. Medicina preditiva: a vulnerabilidade da dignidade humana diante das informações dos dados genéticos. In: CASTILHO, C. H. M. et al. Anais do XII Congresso Brasileiro de Bioética e IV Congresso brasileiro de Bioética clínica: liberdades e responsabilidades. 26 a 29 de setembro de 2017. Recife: Sociedade Brasileira de Bioética, 2017. p. 285. 698p. Disponível em: < http://www.sbbioetica.org.br/uploads/repositorio/2017_11_29/Anais-com-ISBN-e-FICHA-CATALOGRAFICA-do-Congresso.pdf>.

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UM DIÁLOGO POSSÍVEL ENTRE TEOLOGIA E SOCIEDADE:
ASSISTÊNCIA ESPIRITUAL NOS CUIDADOS EM FINAL DE VIDA¹

Marcia Regina Chizini Chemin²
Waldir Souza³


Resumo:
Desafios se apresentam à Teologia na esteira do desenvolvimento tecnológico, em especial, devido às consequências que levam o ser humano mesmo gravemente doente a viver por mais tempo. A longevidade em si, também aumentada pelos efeitos do desenvolvimento das ciências médicas, traz à cena cotidiana cada vez mais idosos com doenças crônico-degenerativas. Todos, a seu modo, apresentarão quadro de doença crônica, que se estenderá por anos, e, muito provavelmente, ao entrarem em fase final de doença, serão pacientes elegíveis aos Cuidados Paliativos. A morte não se dará em um instante inesperado, ao contrário, será esperada e prevista. A vida que se alonga apresenta uma nova realidade: experiências humanas que não existiam no passado. Assim, uma nova reflexão teológica surge provocada pela realidade experimentada. A questão está posta à Teologia, pois implica o ser humano, sua espiritualidade e sua busca por sentido de viver. O cuidado humanizado e integral que respeite o protagonismo do paciente é preocupação da Bioética no auxílio à prática do cuidado médico. A partir de breve revisão bibliográfica, observou-se que há confusão entre conceitos determinantes como religião e espiritualidade, e que há necessidade de formar assistentes espirituais para atuarem no cuidado aos enfermos como facilitadores de tratamento.

Palavras-chave: Assistência espiritual. Cuidados Paliativos. Bioética. Teologia.


¹CHEMIN, M. R. C.; SOUZA. W. Um diálogo possível entre teologia e sociedade: assistência espiritual nos cuidados em final de vida. Estudos Teológicos, São Leopoldo, v. 58, n. 1, p. 148-162, jan./jun. 2018. Disponível em: <http://periodicos.est.edu.br/index.php/estudos_teologicos/article/view/3050/pdf>.
²Mestre em Bioética. Doutorado em Teologia (em andamento) pelo Programa de Pós-Graduação em Teologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Membro do Grupo de Pesquisa Bioética e Humanização do Cuidado em Saúde (BIOHCS) CNPq/PUCPR. Contato: maychizini@yahoo.com.br
³Doutor e mestre em Teologia. Docente do Programa de Pós-Graduação em Teologia da PUCPR e do Programa de Pós-Graduação em Bioética da PUCPR. Líder do Grupo de Pesquisa Bioética e Humanização do Cuidado em Saúde (BIOHCS) CNPq/PUCPR. Contato: waldir.souza@pucpr.br

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